Thursday, August 15, 2013

UMA LIÇÃO DOS EUA PARA O BRASIL

O Reverendo Jesse Jackson é uma pessoa extremamente influente no meio político americano, além de ser afro-descendente, o que lhe confere super-poderes, por pertencer a uma minoria. Apesar disso, seu prestigio não foi suficiente para livrar a cara do rebento.  Seu filho, Jesse Jackson Jr. elegeu-se deputado federal (1995-2012) na base do prestígio que seu nome carrega. A mulher deste "Jr.", Sandi Jackson foi vereadora de Washington, DC (2017-2013). 

Por força das denúncias de desvio de verbas publicitárias ligadas ao fundo de campanha do Jr., o casal teve que renunciar aos seus mandatos (antes mesmo das condenações pela justiça, ao contrário do que acontece no Bananão, onde os recursos são intermináveis e o sistema permite aberrações, como no caso do Genoíno, que tomou posse na Câmara apesar de sua condenação no processo do mensalão!) e aguardou em liberdade o andamento do processo.

Ontem sairam as sentenças: Jr. vai para a cadeia primeiro (e vai mesmo!). Em 1º de novembro apresenta-se numa prisão federal para cumprir a pena de 30 meses. Assim que ele sair da cadeia, a mulher começa a cumprir a pena dela que é de 12 meses. Após o período prisional, ambos cumprirão mais um período de 3 anos (ele) e 1 ano (ela) de liberdade condicional vigiada. A Justiça foi leniente no sentido de permitir que cumpram penas em épocas diferentes, um em seguida ao outro, para não prejudicar os filhos com a ausência de ambos pais.

O caso é emblemático para nós brasileiros, cansados que estamos de assistir ao desfile cotidiano das mais variadas formas de corrupção sem a menor possibilidade de punição. Salvo um inesperado engano de minha parte, aqui dos Estados Unidos, a mais de 5.000 km de distância de Brasília, sinto um cheirinho de pizza...e vem do Supremo! Aguardemos...

Thursday, July 04, 2013

NÓS SOMOS "INÚTEL"...NÓS SOMOS "INÚTEL"....

 


Este é o cartão de visitas do cidadão. Seria mais conciso simplesmente colocar abaixo do nome dele "ASPONE" (para quem desconhece a expressão, ASPONE significa Assessor de Porra Nenhuma").

É o que ele deve ser!

Wednesday, July 03, 2013

MEU LADO "DARK"

Li hoje que o depufede Henrique E. Alves (PMDB-RN) levou a sua patota desde Natal até o Rio, num total de 14 malandrinhos/as, para assistir à final da Copa das Confederações, confortavelmente instalados a bordo de um  jatinho da FAB tudo, evidentemente, por conta da "viúva".

Surpreendido pelo fragra, assumiu que errou e disse que vai ressarcir os cofres da União (duvide-o-dó). Presume-se, por esta reação, que se não tivesse havido o flagra, tudo teria ficado por isso mesmo, "na faixa". E, por extensão, presume-se também que todas essas pilantragens que devem ocorrer diariamente aos montes pelo Brasil afora e que passam desapercebidas de todos, também ficam por conta da viúva e ponto final. Tanto que, quando o escândalo ameaça chegar perto da cúpula (vide o cartão corporativo da Presidência, usado pela 2ª dama do Lula, aquela mulher horrorosa), vira "informação sigilosa" que não pode ser liberada para a galera contribuinte: operação abafa!!!

Esse bando de folgados e desonestos confunde o público com o privado porque a impunidade é absoluta. Nada acontece e nem acontecerá.  E é aí que entra o meu lado DARK.

Não me lembro bem dos detalhes, mas há muitos anos atrás um rapazola americano em Singapura pichou vários carros na garagem do seu prédio e acabou sendo preso por vandalismo. Foi condenado a 4 meses de cadeia, multa de U$2,000 e 12 chibatadas na bunda com vara de bambu. Bill Clinton apelou e pediu clemência e só conseguiu reduzir as chibatadas a seis, seguidas de expulsão. Mais do que suficientes para deixar a bunda em carne viva e com cicatrizes para sempre.

Podem achar que isso é primitivo, que há outras maneiras mais construtivas para se punir a corrupção e o crime, mas não posso evitar uma enorme simpatia pela idéia de dar uma boa sova neste picareta sem-vergonha.

Wednesday, May 01, 2013

BRASIL, PAÍS SEM IMAGINAÇÃO

Os jornais noticiam hoje a intenção do Paulinho da Força (que nome!!!) que vem a ser, afinal, o Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e "proprietário" de um troço chamado "Força Sindical" de lançar o seu partido político, o n-ésimo do Bananão (e diz já ter as 500 mil assinaturas requeridas).

A figurinha carimbada já escolheu o nome do tal partido: "Solidariedade".

Há uns 250 anos atrás, o grande Lavoisier sentenciou que "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". O Paulinho da Força demonstrou que é possível adaptar a "Lei da Conservação das Massas" ao meio político brasileiro.

O polonês Lech Walesa, criador do "Solidariedade" original, se souber disso, vai gargalhar da macaquice tardia e bocó.

O que impressiona - se for verdade, e acho que é - são as 500 mil assinaturas. Como tem idiota por aí.....

Que vergonha....mas nem para escolher nome de partido político o Brasil consegue ser original, criativo!

Saturday, April 27, 2013

BRASIL E BANGLADESH, TUDO A VER



Ninguém poderia imaginar o quanto Brasil e Bangladesh se assemelham. O desabamento do edifício em Dhaka provocando cerca de 300 mortos e o incêndio da casa noturna de Santa Maria com quase outro tanto de vítimas fatais têm todos os ingredientes de semelhança. Os jornais noticiam que as confecções que operavam no edifício de Dhaka não possuiam alvarás de funcionamento, assim como a boate de Sta. Maria também não o possuia. A reação das autoridades foi exatamente a mesma: decretar a prisão imediata dos empresários responsáveis.

Temos, portanto, uma identidade perfeita quanto aos ingredientes das duas tragédias: pobreza + ignorância + corrupção + inoperância do Estado + abuso do poder. Ninguém se lembrou de pedir a prisão dos prefeitos e dos responsáveis pela fiscalização. Se os proprietários dos imóveis sem “habite-se” os oferecem para locação e se os locatários se instalam sem o alvará de funcionamento, é claro que são co-responsáveis pelas tragédias. Mas o Estado que tem o poder de conceder as licenças e a obrigação de fiscalizar se as posturas municipais estão sendo obedecidas também tem sua parcela de culpa.

Mas, como é típico das nações do terceiro mundo – e não vamos fazer de conta que o Brasil já escapou desse grupo – a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. E os governantes vão escapando ilesos e, em muitos casos, faturando seus quinze minutos de glória pela rápida ação contra os “responsáveis”.

Dhaka e Santa Maria deveriam ser declaradas cidades-irmãs!

Thursday, April 18, 2013

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL




Inicia-se no Brasil, pela n-ésima vez, a discussão sobre a redução da maioridade penal. A política de complacente descaso com a segurança pública, por décadas, fez com que nos tornássemos um dos países mais violentos do mundo e, portanto, a discussão deste aspecto e de outros ligados à criminalidade é mais do que oportuna. O quadro abaixo, extraído da UNODC, mostra a situação dramática do Brasil em comparação com os países do primeiro mundo (isso em 2004; nos quase 9 anos que nos separam desta estatística deprimente, é óbvio que a situação só piorou).


Países Seguros


Países "Meia-boca"
Singapura
0.3

Rússia

10.2
Japão

0.4

Perú

10.3
Áustria

0.6




Noruega

0.6

Países "Fim do Mundo"
Suíça

0.7

Brasil

21.0
Alemanha
0.8

Colômbia

31.4
Dinamarca
0.9

Venezuela
45.1
Itália

0.9











Fonte: UNODC - United Nations Office on Drugs and Crimes - 2004 (Ho-
micídios dolosos por 100.000 habitantes)


















Este horripilante índice de 21 assassinatos por 100 mil habitantes se traduz em 41.000 mortos por ano. Para se ter uma real dimensão do que isso significa, os EUA tiveram 36.500 mortos na Guerra da Coréia (1950-1053) e 58.000 mortos na Guerra do Vietnam (1955-1975). Assim, em números redondos, o Brasil tem uma guerra dessas todos os anos! Esse volume de perdas humanas chocou a sociedade americana e se tornou em um poderoso fator para determinar o fim da guerra. Já no Brasil, o que se percebe é que a indignação é inócua, as pessoas estão indignadas mas inermes. O crime está completamente banalizado e a sociedade anestesiada, entregue aos bandidos. E o Estado perde-se nos discursos e promessas e tem se mostrado incapaz de produzir soluções.

É claro que a criminalidade não está concentrada nos menores. Entretanto, embora não se constituam no problema central da criminalidade, os menores infratores representam um problema social em dois tempos: o menor infrator de hoje, muito provavelmente será um adulto criminoso.

A definição da maioridade penal difere largamente entre os países. O quadro abaixo, retrata a situação em alguns deles:


Países do Primeiro Mundo

Países do Grupo BRIC
USA
6 a 12

Brasil
18

Suíça
10

Rússia
14

Inglaterra
10

Índia
7

Austrália
10

China
14

Nova Zelândia
10 a 14




Canadá
12

Países da América Latina
Holanda
12

Brasil
18

Japão
12

Argentina
18

Coréia do Sul
12

Colômbia
18

França
13

Perú
18

Áustria
14




Alemanha
14

Fonte:  Wikipedia - Defense
Itália
14

of Infancy

Dinamarca
15




Finlândia
15




Noruega
15




Suécia
15


























Como se pode observar, o Brasil faz parte de uma minoria dentre os diversos países, mantendo a maioridade penal em 18 anos. É interessante notar que os países mais desenvolvidos reduziram-na, em média, para cerca de 14 anos. No Brasil, diversos grupos, dizendo representar os interesses da sociedade, já estão se manifestando contra qualquer redução da maioridade penal. Infelizmente, é uma visão estreita que, em nome da defesa do menor, propõe soluções fantasiosas de resultados a muito longo prazo e deixa a sociedade à mercê do status quo atual. Do jeito que as coisas se encaminham, provavelmente perderemos mais uma oportunidade de avançar!